Aguarde, carregando...
Iniciativa de R$ 1 bilhão busca restaurar áreas degradadas, capturar carbono e fomentar a bioeconomia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou o lançamento do programa BNDES Florestas Crédito, com um investimento de R$ 1 bilhão. A iniciativa tem como objetivo estimular a restauração de florestas nativas, impulsionar a bioeconomia e apoiar a captura de carbono, além de reforçar o cumprimento do Código Florestal. O programa, que utiliza parte dos recursos do Fundo Clima, está disponível para empresas de todos os portes em diversas modalidades de operação.
As empresas interessadas podem atuar em áreas como manejo florestal sustentável, recomposição de cobertura vegetal, concessão de florestas, plantio de espécies nativas, sistemas agroflorestais, e produção de madeira e produtos não madeireiros. Também está prevista a aquisição de máquinas e serviços voltados para essas atividades. Dos recursos disponíveis, R$ 456 milhões vêm do Fundo Clima e R$ 544 milhões de linhas tradicionais do banco, como o BNDES Finem Meio Ambiente.
O programa oferece condições de financiamento atrativas, com juros de 1% ao ano mais encargos e spreads, e prazos de até 300 meses para pagamento, incluindo até 96 meses de carência. As operações podem financiar até 100% dos itens e têm um limite máximo de R$ 100 milhões por projeto.
As operações de crédito serão estruturadas prioritariamente na modalidade de Project Finance, avaliando aspectos como a qualidade do empreendedor e a mitigação de riscos operacionais. O BNDES espera que o programa amplie o acesso ao crédito, permitindo que as próprias garantias sejam adaptadas às necessidades específicas de cada projeto, fortalecendo o financiamento de iniciativas voltadas para florestas nativas.
APOIO À RESTAURAÇÃO NO ARCO DO DESMATAMENTO
Em linha com o novo programa, o BNDES já realizou duas grandes operações este ano, somando R$ 347 milhões com as empresas re.green e Mombak, para reflorestar 30 mil hectares na Amazônia. Essas áreas estão localizadas no chamado Arco do Desmatamento, região de grande pressão ambiental. A restauração dessas áreas visa transformar o Arco do Desmatamento no Arco da Restauração, com a meta de recuperar 24 milhões de hectares de floresta até 2050, removendo 1,65 bilhão de toneladas de carbono da atmosfera.
A iniciativa também tem como objetivo promover a captura de carbono, conservação da biodiversidade e geração de renda através da produção de alimentos, favorecendo a sustentabilidade das populações locais. “A gente fala muito da restauração ecológica, mas vamos fazer a restauração produtiva também. Tem o carbono, mas tem também produção de alimentos, como açaí, cacau, castanha do Pará, café. Vamos facilitar a viabilidade dessa produção em escala com o BNDES Florestas Crédito, gerando também emprego e renda”, explicou a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello.
A diretora também destacou que o programa busca atrair bancos privados, ampliando as oportunidades de financiamento para projetos sustentáveis no Brasil. “Não estamos falando só de uma agenda ambiental. Temos conversado com as empresas, entendendo as dificuldades do mercado e, como banco de desenvolvimento, atuando para o crescimento do setor. Nossa ambição é que o Brasil se transforme em um dos principais players mundiais da área de restauro florestal. O BNDES pode estar sendo pioneiro, mas a ideia é trazer os bancos privados também, com segurança e lucratividade”, finalizou.